O que é TDPM e como ele impacta a vida das mulheres?

O que é TDPM e como ele impacta a vida das mulheres?

Mudanças de humor, irritabilidade, tristeza profunda, crises de ansiedade… Se esses sintomas aparecem todos os meses, pouco antes da menstruação, e interferem diretamente na rotina e nas relações pessoais, é possível que você esteja lidando com algo mais do que a famosa TPM. Estamos falando do TDPM – Transtorno Disfórico Pré-Menstrual.

Embora ainda pouco discutido, o TDPM é uma condição que afeta a saúde mental e emocional de muitas mulheres. Neste artigo, vamos explicar o que é esse transtorno, quais os seus sintomas, causas, formas de diagnóstico e os tratamentos mais indicados.

O que é TDPM?

O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma forma grave e debilitante de TPM (Tensão Pré-Menstrual), reconhecido como um transtorno mental pela Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID-11) e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

Ao contrário da TPM, que costuma causar sintomas mais leves, o TDPM provoca alterações intensas de humor, pensamentos negativos e comportamentos disfuncionais. Esses sintomas geralmente surgem na fase lútea do ciclo menstrual (cerca de 7 a 10 dias antes da menstruação) e desaparecem logo após o início do fluxo.

Quais são os sintomas do TDPM?

Os sintomas do TDPM envolvem alterações emocionais, comportamentais e físicas, mas o destaque está nas manifestações psíquicas, que podem ser muito severas. Os mais comuns são:

Sintomas emocionais

  • Tristeza profunda, sensação de desesperança;

  • Ansiedade intensa e crises de pânico;

  • Irritabilidade extrema ou raiva desproporcional;

  • Labilidade emocional (mudanças de humor rápidas);

  • Baixa autoestima e autocrítica severa;

  • Isolamento social;

  • Dificuldade de concentração.

Sintomas físicos e comportamentais

  • Cansaço excessivo;

  • Insônia ou sonolência intensa;

  • Alterações no apetite;

  • Inchaço, dores nos seios e cólicas;

  • Dores de cabeça e desconforto corporal;

  • Redução do interesse por atividades do dia a dia.

Em casos graves, o TDPM pode gerar pensamentos autodestrutivos e ideação suicida, sendo fundamental buscar ajuda especializada o quanto antes.

Qual a causa do TDPM?

A causa exata do TDPM ainda não é compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada à sensibilidade exagerada do cérebro às flutuações hormonais, especialmente à queda de estrogênio e progesterona na fase pré-menstrual.

Essa vulnerabilidade hormonal afeta neurotransmissores como a serotonina, responsável pela regulação do humor, sono e apetite, o que explicaria a intensidade dos sintomas emocionais.

Alguns fatores podem aumentar o risco para o desenvolvimento do TDPM:

  • Histórico de depressão ou transtornos de ansiedade;

  • Histórico familiar de TDPM ou distúrbios psiquiátricos;

  • Altos níveis de estresse;

  • Estilo de vida pouco saudável (sono irregular, má alimentação, sedentarismo).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do TDPM é clínico, ou seja, baseado na descrição dos sintomas. Não há um exame laboratorial específico que detecte o transtorno. Por isso, o recomendado é nunca deixar de realizar acompanhamento com seu ginecologista.

Muitas vezes, a paciente é orientada a registrar seus sintomas diariamente ao longo de dois a três ciclos menstruais, para confirmar a recorrência dos sinais na fase pré-menstrual e a melhora após o início da menstruação.

Quais os tratamentos disponíveis?

O tratamento do TDPM é multidisciplinar e pode incluir:

1. Acompanhamento psicológico/ psicoterapia

As terapias têm se mostrado eficazes no controle das emoções, na identificação de gatilhos e na modificação de padrões de pensamento negativos. O ideal é você encontrar a abordagem com a qual você mais se identifica e iniciar seu tratamento assim que possível.

2. Uso de medicamentos

  • Antidepressivos, usados diariamente ou apenas na fase pré-menstrual;

  • Contraceptivos hormonais, que suprimem a ovulação e reduzem as oscilações hormonais;

  • Ansiolíticos ou estabilizadores de humor, em casos específicos e sob orientação médica.

3. Mudanças no estilo de vida

  • Prática regular de atividade física;

  • Alimentação equilibrada, rica em magnésio, cálcio e vitaminas do complexo B;

  • Redução do consumo de cafeína, álcool e açúcar;

  • Sono de qualidade;

  • Técnicas de relaxamento e autocuidado.

TDPM tem cura?

Embora o TDPM não tenha uma “cura” definitiva, ele pode ser controlado com tratamento adequado e acompanhamento profissional. Muitas mulheres conseguem reduzir significativamente os sintomas e recuperar a qualidade de vida ao longo do tempo.

Por que é importante falar sobre TDPM?

O TDPM ainda é pouco conhecido, mesmo entre profissionais da saúde. Muitas mulheres passam anos sofrendo com sintomas intensos, achando que é “apenas uma TPM forte” ou que estão “exagerando”. Isso contribui para o sofrimento silencioso e o agravamento do quadro.

Falar sobre o TDPM quebra tabus, valida a experiência das mulheres e incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Se Identificou Com os Sintomas do TDPM?

O TDPM afeta o bem-estar emocional, social e profissional de muitas mulheres todos os meses. Reconhecer os sinais, buscar ajuda especializada e investir em cuidados contínuos são alguns passos para lidar com esse transtorno com mais acolhimento e consciência.

Se você se identifica com os sintomas, não hesite em procurar ajuda. Saúde mental também é saúde feminina, e merece atenção. Entre em contato comigo e agende sua consulta para ter uma abordagem integrada e multidisciplinar sobre seu caso.

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