TDPM – Transtorno Disfórico Pré-Menstrual. Já ouviu falar? Leia com atenção, pois esse artigo pode ajudar você ou alguém que você conhece.
Você conhece alguém que dias antes de menstruar fica triste, irritada, depressiva, ansiosa, comendo muita besteira ou perdendo a fome, dificuldade de concentração e até mesmo pensamentos suicidas?
De 3 a 10% das pessoas que menstruam têm uma hipersensibilidade do cérebro aos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) presentes no ciclo menstrual chamado de Transtorno Disfórico Pré-menstrual – TDPM.
Por que acontece a TDPM?
O estrogênio e a progesterona são esteróides neuroativos que podem afetar direta ou indiretamente a função do Sistema Nervoso Central (SNC). A resposta anormal e a flutuação desses hormônios são um achado consistente entre aquelas mulheres que experimentam transtornos de humor relacionados a hormônios. Nesse sentido, infere-se que a sensibilidade alterada às mudanças hormonais normais propicia as manifestações do TDPM.
O TDPM vai muito além de uma TPM extrema. É um transtorno que ocorre de 7 a 15 dias antes da menstruação. Não se trata de um desequilíbrio hormonal, mas sim, uma alteração dos hormônios femininos. O diagnóstico é feito por uma anamnese detalhada e o tratamento realizado por ginecologista e psiquiatra.
Quais o sintomas da TPM?
Os sintomas mais frequentes são: irritabilidade, pensamentos suicidas, ansiedade, depressão, insônia, hipersonia, tensão, alteração do apetite (perda ou excessos alimentares), sentimentos de ter os nervos à flor da pele, pensamentos autodepreciativos, letargia, menos interesse pelas atividades cotidianas e dificuldade de concentração.
Há também os sintomas físicos, como: inchaço e ou sensibilidade das mamas, dor de cabeça, dor nos músculos e nas articulações, sensação de inchaço no corpo e aumento de peso.
A semelhança entre TPM e TDPM é que acontecem e terminam no mesmo período. A diferença é a intensidade dos sintomas e a natureza mais psíquica dos sintomas de TDPM e mais físicas na TPM.
No TDPM, os sintomas são intensos e afetam os relacionamentos.
Diagnosticar TDPM não é fácil. Há muitos critérios para avaliar e não há exames laboratoriais para isso. O diagnóstico é feito através de uma anamnese onde a paciente relata seus sintomas mais importantes. Eles devem estar presentes durante a maioria dos ciclos menstruais no último ano e devem ser severos ao ponto de impactar negativamente na vida da paciente.
Diferenças entre TPM e TDPM:
TPM:
* Apresenta sintomas que se manifestam dias antes da menstruação
* Alguns deles: cólicas, inchaço, dores de cabeça, nas mamas, fome em excesso, acne, vontade de chorar, insônia, ansiedade
* Os sintomas incomodam, mas não incapacitam. Desaparecem no início do fluxo
* A principal causa é a alteração hormonal
* É possível amenizar com atividade física, alimentação e redução de sal
TDPM
* Afeta de 3% a 10% das mulheres
* Sintomas são muito severos a ponto de deixar a paciente incapacitada para exercer atividade, seja doméstica ou profissional
* Alguns sintomas: depressão, melancolia, irritabilidade, desânimo, descontrole emocional, choro, ira, distúrbio de apetite e insônia
* Eles cessam no início do fluxo menstrual
* No tratamento, a disciplina é fundamental. Tomar a medicação de forma correta garante melhora dos sintomas e estabilidade do humor
* Exercícios físicos diários são recomendados, além de alimentação saudável e equilibrada.
Como é feito o diagnóstico de TDPM?
O diagnóstico do transtorno disfórico pré-menstrual é clínico, sem a necessidade de realizar exames, e baseado na anamnese, que é a entrevista que o médico faz com a paciente. Para fechar o diagnóstico, os sintomas precisam estar relacionados ao período menstrual. Eles podem aparecer de 5 a 7 dias antes da menstruação e durar até 7 dias depois, no máximo.
No caso da síndrome pré-menstrual, os sintomas são de leves a moderados e o diagnóstico é feito quando a paciente tem de um a quatro sintomas. Já no transtorno disfórico pré-menstrual, os sintomas são mais graves, e é necessário ter pelo menos cinco, sendo um deles um sintoma psíquico, como humor deprimido, ansiedade intensa, sensação de forte tensão ou instabilidade afetiva.
Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que estes começam a diminuir após o início da fase folicular.
Dentre os cinco ou mais sintomas relatados, deve estar presente pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir:
- Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos;
- Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com “nervos a flor da pele”;
- Instabilidade afetiva acentuada;
- Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados;
- Diminuição do interesse pelas atividades habituais;
- Sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se;
- Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia;
- Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos;
- Hipersonia ou insônia;
- Sentimento subjetivo de descontrole emocional;
- Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaléia, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso;
Como é o tratamento da TDPM?
O tratamento varia conforme a necessidade de cada paciente. Podemos tomar medidas não medicamentosas em casos que são mais leves, fazer mudanças de rotina no período pré-menstrual, estudar o ciclo menstrual para saber quais são as fases em que você vai estar nesse período de mais sensibilidade, eventualmente evitar alguns possíveis gatilhos.
Outras medidas, como psicoterapia, atividade física e mudanças na alimentação também podem ser aliadas no tratamento.
O tratamento medicamentoso pode ser feito com o uso de medicações para suspensão da menstruação, ansiolíticos ou antidepressivos. Tudo é visto caso a caso e vale lembrar que se trata muitas vezes de casos que vão precisar de uma equipe multiprofissional.
Essa equipe pode contar, além do médico, com um nutricionista e um psicólogo, por exemplo. E as medidas comportamentais podem ser associadas ao uso de medicamentos para que o tratamento seja mais eficaz.
Desde o início da civilização, o período menstrual é visto como vilão da mulher e era relacionado à palavra histeria. Era comum chamar a mulher menstruada de histérica, inclusive, quem apresentava alterações psíquicas e comportamentais.
Por isso é muito importante desmistificar o assunto para alertar o maior número de pessoas de que não existe a ‘histeria do período menstrual’. Qualquer alteração, converse com seu ginecologista.
Você já conhece alguém que apresenta esses sintomas antes da menstruação? Compartilhe esse artigo para que mais pessoas conheçam sobre o TDPM.
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