DIU: Principais dúvidas sobre o contraceptivo com eficácia superior a 99%

“DIU: tudo o que você precisa saber sobre o método”
Preservativos masculino e feminino, pílulas combinadas, tabelinha, injeções. Muitos são os métodos anticoncepcionais utilizados pelas mulheres de todo o mundo para evitar uma gestação inesperada. Mas, entre todas as formas, o DIU, que já é utilizado no Brasil há muitos anos, tem ganhado cada dia mais adeptas, especialmente as mais jovens, devido sua alta eficácia e praticidade.
Mas, apesar de ser um dos contraceptivos mais utilizados no país, muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre o tema. O método pode ser utilizado em mulheres em todas faixas etárias.
“O DIU é um dos métodos contraceptivos de longa duração mais eficazes. Ao contrário do que muitos pensam, ele é uma alternativa muito interessante, inclusive, para adolescentes. Isso porque além de ser um método seguro, não é necessário que a ela se lembre todos os dias de fazer o seu uso, como é o caso da pílula anticoncepcional.”
Quais os tipos de DIUs?
Hormonais: Mirena e Kyleena.
Não hormonais: DIU de cobre e DIU de cobre com prata.
Atualmente, há quatro tipos do dispositivo no mercado e o médico ginecologista é o profissional indicado para orientar cada mulher nessa escolha. Existem dois dispositivos hormonais, o Mirena e o Kyleena, e dois dispositivos não hormonais, DIU de cobre e DIU de cobre com prata. Os DIUS não hormonais, são excelente opção para pacientes que não sofrem com cólicas menstruais e fluxo menstrual aumentado.
A opção do DIU Kyleena, geralmente, é indicada para mulheres mais sensíveis ao uso da progesterona e que costumam ter mais efeitos colaterais. Por liberar menos hormônios, ele é mais indicado para mulheres com mais sensibilidade e também para as adolescentes. Em contrapartida, justamente pela baixa dosagem, ele ainda permite que a paciente menstrue.
Já o Mirena, além de prevenir a gestação, pode auxiliar mulheres que sofrem com um ciclo menstrual intenso e que tenham mioma uterino ou endometriose, pois deixa a camada interna do útero mais fina, podendo levar a uma amenorréia, diminuindo as cólicas menstruais, que são comuns da patologia.
Como funciona o DIU Mirena?
- Carga hormonal: Possui 52 mg de Levonorgestrel, liberando cerca de 20 mcg por dia
- Risco de engravidar: 0,2%
- Efeitos colaterais: Chance de suspensão da menstruação e leve aumento de peso
- Vantagens: Ajuda mulheres que estão prestes a entrar na menopausa, reduz o fluxo menstrual e beneficia pacientes com endometriose, adenomiose e mioma uterino
- Indicações: Mais optado por mulheres com endometriose, menopausa ou com dismenorreia (ou seja, fluxo menstrual forte e/ou doloroso)
- Contraindicações: Quem teve câncer de mama nos últimos 5 ou ou possui doenças hepáticas devem evitá-lo deve optar por outro tipo
- Tempo de validade: 5 anos
Como funciona o DIU KYLEENA?
- Carga hormonal: Possui 19,5 mg de Levonorgestrel, libera 17,5 mcg nos primeiros 24 dias após a sua inserção, caindo para 15,3 mcg após 60 dias. Como o Kyleena libera menos hormônio por dia, as pacientes mais sensíveis a ação da progesterona, apresentam menos efeitos colaterais, sem redução na efetividade contraceptiva.
- Risco de engravidar: 0,2%
- Efeitos colaterais: Sangramento imprevisível especialmente nos primeiros 6 meses após a colocação. Algumas mulheres podem apresentar cefaleia e acne após colocação, porém bem menos frequente que o mirena.
- Vantagens: DIU ideal para ser utilizado em adolescentes e mulheres com úteros pequenos; pode parar a menstruação na maior parte das mulheres. Melhora a cólica menstrual. Assim como o mirena, pode ser utilizado para mulheres com alto risco para trombose, diferentemente das pílulas anticoncepcionais combinadas.
- Indicações: Contracepção, principalmente nas paciente que tem cólicas ou fluxo menstrual aumentado.
- Contraindicações: Quem teve câncer de mama nos últimos 5 ou ou possui doenças hepáticas devem evitá-lo deve optar por outro tipo
- Tempo de validade: 5 anos
Como funciona o DIU de Cobre e o DIU de cobre com prata?
- Carga hormonal: Não possui hormônios
- Risco de engravidar: 0,8%
- Efeitos colaterais: Aumento do fluxo menstrual e das cólicas
- Vantagens: Método mais barato, pode ser usado por mais tempo e não é afetado pelo uso de medicamentos
- Indicações: Indicado para mulheres que tiveram câncer de mama ou mulheres que não têm problemas relacionados ao fluxo menstrual
- Contraindicações: Mulheres alérgicas à cobre
- Tempo de validade: DIU Cobre com prata: 5 anos. DIU de cobre: 10 anos
Diferença DIU de Cobre para DIU de cobre com prata?
- Enquanto o DIU de cobre é composto por uma estrutura plástica, com revestimento de cobre nas hastes e na base, o DIU de prata é composto pela mesma estrutura plástica, mas com as hastes revestidas de prata e a base revestida por uma mistura de cobre e de prata.
- Assim, apesar de os dois dispositivos possuírem cobre em sua composição, o DIU de prata possui muito menos.
- A menor quantidade de cobre, segundo alguns relatos, diminui o processo inflamatório na região uterina, o que seria responsável pela redução do fluxo menstrual e das cólicas apresentadas por algumas mulheres. Porém, esses resultados ainda não foram comprovados por estudos formais.
- O que se sabe sobre os efeitos benéficos da prata é que ela atua mantendo a estabilidade do cobre e prevenindo que ocorra a fragmentação do mineral. Tudo isso aumenta a eficiência do dispositivo.
- Em relação aos formatos, o DIU de cobre geralmente é encontrado em formato de um “T” e tem o comprimento de 36 mm, com 32 mm de envergadura. Já o DIU de prata tem um formato mais parecido com um “Y” e tem tamanho mais reduzido. Este formato costuma ser mais indicado para mulheres com úteros menores. Além disso, o formato em “Y” costuma facilitar a colocação e a retirada do dispositivo.
Para colocar o dispositivo, é necessária uma consulta com o ginecologista e após a aprovação do médico, o procedimento é simples.
Como é feita a colocação do DIU?
A colocação do DIU é simples, costuma acontecer no próprio consultório e leva cerca de 15 a 30 minutos. A dor durante o procedimento é relativa, podemos dizer que o procedimento gera um desconforto que pode ser tranquilo para algumas pacientes ou mais dolorido para outras, que tenham maior sensibilidade à dor. Para pacientes com maior sensibilidade a dor, a inserção pode ser realizada em ambiente hospitalar com sedação.
Após ser inserido, é necessário que a mulher tenha um repouso relativo e não tenha contato sexual por 24 horas, até que o organismo se acostume com o novo método. Após o período, o dispositivo não interfere na relação sexual ou na higiene íntima.
“Muitas mulheres têm essa dúvida, se há alguma mudança na relação sexual ou se esse contato pode mover ou alterar a posição do DIU. Mas a resposta para ambas as dúvidas é não!”
Caso a mulher sinta alguma dor, desconforto ou consiga tocar facilmente o dispositivo, é um sinal de que algo está errado e ela deve procurar o ginecologista rapidamente. Mas, caso isso não aconteça, é indicado que ela retorne ao médico após um mês para checar como o organismo está reagindo ao método. Após o tempo de adaptação, é importante que a paciente faça o acompanhamento com ginecologista pelo menos uma vez ao ano.
Além de ter mais de 99% de eficácia, ele tem uma duração de cinco a dez anos e pode ser retirado facilmente pelo médico!
Se você está pensando em colocar DIU , o primeiro passo é agendar uma consulta com o ginecologista, para que ele possa avaliar seu caso e, juntos, vocês possam fazer a melhor escolha quanto ao método contraceptivo, além das outras opções disponíveis.
E se você ainda está em dúvida sobre qual tipo de DIU é melhor para você, não se preocupe. Conversa comigo que irei te ajudar!
Um grande beijo,
Dr. Marcelo Ponte
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